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Depois de demissão, ex-presidente da ABDI passa por Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Guto Ferreira foi demitido da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) após acusar secretária especial do Ministério da Economia

Durante passagem por Santa Maria, na última sexta-feira, o ex-presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Guto Ferreira (foto), que foi exonerado do cargo após acusações contra o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, deu detalhes sobre a polêmica e disse estar "muito aliviado". Segundo Guto, foram meses de um duelo entre os dois, por conta de pedidos "não republicanos" que culminaram na demissão dele.

- Eu estou muito tranquilo, muito aliviado. Venho de um meio e de uma geração que não aceita esse tipo de coisa. Eu já havia encaminhado as irregularidades para o Ministério da Economia, em fevereiro, e até agora não obtive nenhuma resposta sobre a apuração. Isso é algo que eu não vou parar de fazer. Eu vou permanecer até o fim pedindo a apuração dos fatos - afirmou ao Diário.

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Guto contou que a confusão começou com uma discussão envolvendo custos de um aluguel. De acordo com ele, a intenção do secretário era beneficiar determinados empregados.

- O Carlos me questionou sobre um aluguel de um andar no Banco do Brasil e eu falei que não, porque já tínhamos um prédio onde não tínhamos custos. O BB é um dos maiores acionistas do governo, por que deveríamos pagar pelo prédio? Depois, houve discussão sobre a compra de passagens aéreas para um evento que ocorreria na Austrália. Ele (o secretário) me pediu um tempo de 12 a 24 horas de conexão em Dubai, o que não fazia sentido algum, e eu neguei. Pedi para ele comprovar compromissos que disse ter por lá, mas isso nunca ocorreu, e as ameaças começaram - relatou.

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Além dos dois episódios, o ex-presidente da ABDI havia citado à revista Veja, na semana passada, dois casos em que interesses escusos estariam operando na máquina pública: o projeto do governo para acabar com a tomada elétrica de três pinos e a escolha de uma empresa que ficará responsável pela certificação dos processos digitais do Inmetro. Ambos, segundo Guto, atrelam gigantescos interesses comerciais a financeiros.

Em 6 de setembro, por meio de nota, segundo o site Poder 360, o secretário Carlos da Costa informou que acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para entrar na Justiça contra o ex-presidente da ABDI cobrando esclarecimentos sobre as denúncias feitas por ele. Assim como aconteceu em governos anteriores, a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) preferiu jogar a sujeira para baixo do tapete e castigar o denunciante com a perda do cargo. Infelizmente, troca o mandatário do Palácio do Planalto, mas o modus operandi segue o mesmo. 

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